domingo, 10 de agosto de 2014

histórias de alguém que não eu (2)

Não se via a Lua lá em cima, e lembras-te? Nós ainda a procurámos juntos, de barriga para cima, deitados na areia que vestia a praia e o mar.
E as estrelas, lembras-te delas?
Pairavam lá em cima, e olhavam para ti. Só tinham olhos para ti, tal e qual como eu. Nessa noite não reparas-te, mas eu invejei-as. Olhavas para elas como nunca tinhas olhado para mim, elas reflectiam-te nos olhos, e tu sorrias para o céu como nunca me tinhas sorrido.
E eu invejei-as. Invejei-as, juro. Acarinhavas-as com o olhar e o coração, e a mim... de ti só recebia o toque, os braços, as mãos, mas nunca o teu olhar, nunca aquele olhar, nunca esse.

Nessa noite não te disse, mas ouve-me agora, se é que as palavras se podem ouvir: amei-te como o céu ama as estrelas e como a Lua procura a Terra, todas as noites, amei-te como o frio odeia o calor, e a tempestade o Sol. Eu amei-te, e ouve bem isto,
eu amo-te.

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