terça-feira, 29 de abril de 2014

ninguém me deu tanto

O escuro do quarto debatia-se com a luz que saía do televisor. O conforto do teu peito nunca me deixara tão invulnerável ao teu toque. Apesar de não parecer, desejava-o tanto quanto tu. O fim de tarde avizinhava-se, mas não fazíamos caso dos minutos passarem e beijavas-me como se não houvesse amanhã, pelo menos, não um a meu lado. Levados por uma brisa agíamos por impulsos. Os nossos corpos sentiam o calor um do outro. Os teus lábios eram aquecidos pela respiração ofegante que me ecoava no tímpano. Era música para os meus ouvidos, e eu ouvia-a sem pudor. Pareceu-me conhecer-te há anos de tamanha ter sido a cumplicidade entre nós.
Dar-me a conhecer a alguém, nunca foi tão fácil, escreve o que te digo.

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