terça-feira, 17 de setembro de 2013

rotina rotineira

Toca o despertador. És tão irritante... Acordo sobressaltada. Sinto-me ensonada. Volto a fechar os olhos. Faz-me, novamente, vibrar os tímpanos. Acorda, levanta-te. Obrigo o meu corpo a obedecer-me. Continuo deitada. Não me presta atenção. Corro contra tempo. Porra. Estou atrasada. Mais uma rotina. Mais um esforço. Mais dias sem ti. Mais saudade. Não tenho vontade para nada. Pego na caneta. Rabisco o caderno. Deambulo pelo pátio. Espero. Soa novamente o toque. Entro. Inspiro. Expiro. Tento prestar atenção. Fecho os olhos. Dou por mim a pensar em ti... Tenho fome. Como. Só mais uma. Meto na cabeça que tem que ser. Oiço ao longe o comboio. Corro. Olho em redor. Procuro-te desesperada no meio da multidão. Não te encontro. Caminho até casa. Sozinha. Penso. Penso. Penso... Pára! Sento-me na cama. Encosto o corpo contra o colchão. Fico a tarde a olhar para o tudo. Para o nada. Vem ter comigo... Não quero voltar a ter um dia como todos os outros. Quebra a rotina, peço-te. Abro os braços. Fecho os olhos, para nunca mais os abrir. Espero que aqui venhas. Passam-se minutos, horas. Agora. Por favor. Sinto um nó no estômago. Invade o corpo na sua totalidade. Tento não chorar. É inevitável. Já não aguento. Choro. E choro. E volto a chorar. Não sou forte. Dói. Penso no dia a seguir. E no a seguir. E choro ainda mais. E berro. E grito. E adormeço. Perdida. Sozinha. Sem ti...

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